sexta-feira, 30 de outubro de 2015

Ciclo sem fim

       

           Poderia ser uma tarde comum, nublada, um pouco fria e perfeita para dormir se não fosse pela minha ansiedade. Não esperei muito tempo desde a ultima vez, mas repeti tudo de novo: levantei, fui até a janela e olhei pela veneziana. Aquele sentimento me consumia. Qualquer barulho poderia ser suspeito, podia ser um carro, uma moto, um cachorro latindo ou um portão se abrindo e eu ia lá olhar.
          Já estava há quase duas semanas esperando por aquilo e toda vez era a mesma coisa. Percebi que precisava relaxar, tomar um banho ou comer algo, então resolvi seguir até a cozinha, abri a geladeira e "bip bip", uma moto buzinou. O correio estava parado em frente a minha casa, senti uma felicidade chegar naquele instante e então abri a porta correndo, assinei os papéis e peguei a encomenda.
            Abri o pacote ali na sala mesmo e lá estava minha próxima leitura, um livro novinho. Peguei-o com o maior cuidado, li a sinopse como se nunca tivesse lido sobre aquela história, e logo abri aleatoriamente no meio do livro, aproximei de meu rosto e pude sentir aquele cheiro de livro novo.
             Comecei a ler, conheci as personagens e me simpatizei com uns e com outros nem tanto. Me envolvi na leitura e comecei a pensar do porquê de nunca ter lido aquele livro antes. Resolvi que pararia no próximo capitulo, mas quando virei a página ele já tinha acabado. Falei que aquele seria meu livro favorito entre todos na estante, senti aquele gostinho de quero mais e pensei que não encontraria nenhum tão bom quanto aquele, mas quando dei por mim já estava indo até a janela a espera do correio entregar minha próxima leitura.

Por Júlia Bueno.

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