Nem tudo dura para sempre, nem o
amor, nem a dor, nem mesmo o sabor. Já vi amizades que se diziam eternas esfacelarem-se
com o tempo. Já vi amores jurados até a morte, perderem o brilho no cair da
noite. Vi, até mesmo, meu doce favorito perder a graça e se tornar apenas mais
um na lista de sobremesas.
No entanto, não me sinto mal com
nada disso. É apenas o ciclo natural da vida. Algumas coisas precisam terminar
para que novas, e melhores, comecem. Não encaro como um desperdício de tempo,
como uma injustiça ou como uma traição. Coisas e pessoas, pode acontecer de
irem embora, mas, de alguma forma, deixaram suas marcas em mim. E sei que
também deixei nelas.
Seja no aprendizado, na forma de
ver o mundo, no gosto musical, no cheiro, no sabor, tudo é um aproveitamento. Todo tipo de experiência, boa ou ruim, traz um
ensinamento. A pessoa que sou, que quero ser, aquilo que quero e não quero
fazer, são resultados do que eu vi, do que vivi e de com quem compartilhei.
Por isso não me arrependo de nada.
Afinal, como poderia saber que realmente não gosto de brócolis se um dia não
tivesse me forçado a comer. Ou aprender que devo escutar minha mãe quando ela
diz que vai esfriar, se em uma bela tarde não tivesse decidido que iria sair
sem casaco e horas mais tarde voltasse para casa com febre. Ou perceber que o
carinha que todo mundo dizia ser um cafajeste era mesmo um cafajeste, se não
tivesse saído com ele. Ou saber o quanto é ruim enganar os outros, se nunca
houvesse sido trapaceada.
Costumamos olhar com tristeza e
vergonha para coisas ruins que aconteceram no passado, mas eu não. Não tenho medo
de admitir que errei, que caí, que me machuquei, porque a vida de ninguém é um
mar-de-rosas, não tem por que eu fingir que é a minha é. Durante meu caminho, alguns
vieram, outros foram e alguns permaneceram, mas todos continuam dentro de mim.
Por: Neilly Lucy
[Imagem retirada da internet]
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