terça-feira, 15 de março de 2016

Essa sou eu, aceite e respeite.


Talvez eu esteja indo contra a maré. Talvez esteja sendo diferente do que o padrão manda. Talvez esteja fazendo – ou melhor, não fazendo – tudo o que uma garota de 19 anos não devia fazer, de acordo com outras pessoas da mesma idade e com os mais velhos que sonham em voltar no tempo.

Na roda de amigos, sou aquela que não tem histórias mirabolantes sobre todos os caras com quem já ficou ou que não sabe até hoje o que é encher a cara e quase desmaiar no meio do povo. Nas reuniões de família, sou a taxada de quietinha, a que precisa aproveitar mais a vida, ter várias e várias histórias vergonhosas para contar no futuro.

Mas quer saber, eu não me importo. Não ligo de não estar exercendo meu direito de beber a noite inteira, voltar para casa com lembranças do bonitinho com quem dancei e de quem provavelmente não sei o nome, e que mesmo se soubesse, nunca mais vai me procurar. Não ligo de ser a quieta, de ser a que não “curte a vida”. Eu sei me divertir, apenas faço isso do meu jeito.

Gosto de ficar sexta à noite em casa com meus livros ou de sair com um grupo de amigos para dançar e conversar. Não tenho interesse em sair por aí, beijando um a cada dia e depois tendo que voltar para casa com a minha própria solidão, pois o dito cujo provavelmente nem sequer vai me acompanhar até a saída. Gosto de ter alguém ao meu lado. Alguém para quem possa mandar mensagem avisando que cheguei bem em casa, mesmo que esse alguém seja minha melhor amiga. Gosto de estar rodeada de quem realmente se preocupe comigo, quem se importe e me queira bem.

Não vou ser hipócrita e dizer que nunca fiz nenhuma dessas coisas nem afirmar que nunca mais farei. Também não vou criticar quem gosta de levar a vida assim, “livre”. É só que essa não sou eu. Para mim, isso não é ser livre, é ser solitário. Não sei viver dessa forma. A diversão de uma noite não compensa todos os outros momentos em que estarei só, eu e o imenso nada ao redor.

Por isso que continuo aqui, rodeada de amigos que esperam até o momento que entrei em casa, para ter certeza de que não vai aparecer nenhum maluco na rua e que perguntam no dia seguinte se meus pais repararam nos efeitos das duas doses que tomei. Continuo aqui marcando de ir para cozinha de alguém de tarde e tentar receitas novas ao som de alguma música, para depois comer enquanto assistimos a um filme. Continuo aqui marcando de ir a lugares que não vão dar em nada, mas que vou do mesmo jeito apenas pelo prazer da companhia de pessoas queridas.


Então não diga que minha vida é chata ou sem graça, que não estou sabendo aproveitar o momento, que estou deixando minha juventude ir embora sem saber o que é ter vivido. Eu gosto assim, sou feliz assim. Posso afirmar que não estou perdendo nada. Pelo contrário, estou aproveitando da forma que acho melhor. Se quiser me acompanhar, ótimo. Se não, espero que seja feliz do seu jeito.

Por: Neilly Lucy

[Imagem retirada da internet]

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